Difícil falar dos pontos turísticos de Salvador-BA,
e deixar de lado o bairro mais tradicional da boemia soteropolitana. O Rio Vermelho tem sua história iniciada
no século XVI, com o naufrágio de Caramuru ao seu território. Aqui viviam os tupinambás e Caramuru foi o elo de comunicação entre os nativos e os europeus.
Em 1629 data-se a criação
do quilombo no Rio
Vermelho. Este quilombo foi esmagado três anos depois pelos capitães-do-mato Francisco Dias de Ávila e João
Barbosa Almeida. Os pescadores, que tem presença
marcante até hoje, dominavam o lugar no século
XVII. Nas palavras do visitante francês Tollenare:
"é um povoado de pescadores, de umas 100 cabanas, na foz de um pequeno rio
que se lança no mar a uma légua a leste do Cabo de Santo Antônio. Os arredores
são encantadores e um forte muito arruinado contribui para o pitoresco da
paisagem".
Neste bairro estão situados luxuosos hotéis e pousadas, sendo
intensa sua vida noturna. Conhecido pelo clima boêmio, pelos acarajés de Cira, de Regina e de Dinha, e pela
colônia de pescadores, seus
moradores comemoram anualmente, no dia 2
de fevereiro, a Festa de Iemanjá,
rainha do mar.
Apesar do grande crescimento vertical verificado noutras áreas da
capital, o Rio Vermelho ainda conserva-se um bairro essencialmente de casas. As
estreitas vias mais antigas receberam nomes que homenageiam importantes cidades
baianas, como Caetité, Itabuna, Ilhéus, etc. Na rua Alagoinhas está a casa que foi a residência do
falecido escritor Jorge Amado e de sua esposa Zélia Gattai, e onde estão guardadas
as cinzas do Imortal.
Em razão de suas estreitas vias, mesmo as principais (ruas Oswaldo
Cruz e Odilon
Santos) possui um tráfego de veículos difícil. Confluindo para o Largo
de Santana - onde a capela
dedicada a esta santa situa-se bem ao meio do caminho, a Rua
da Paciência (que recebe o
intenso tráfego da Avenida Oceânica), a Avenida Cardeal da Silva e Rua
João Gomes - o trânsito
sofre ali um afunilamento que em certos horários fica praticamente estagnado.
Nas imediações do Largo há outro templo dedicado a Santana.
Mercado do
Peixe
Outro importante logradouro do bairro é o Largo
da Mariquita, onde está situado o Mercado do Rio Vermelho, antiga e
tradicional feira livre. Hoje oferece uma dinâmica diferenciada, com bares e
certas épocas do ano recebe grandes artistas em diversos shows.
Rio
Vermelho ou Rio Lucaia – Rua do Canal
O Rio Vermelho, que dá nome ao bairro,
mas também é conhecido como Rio Lucaia, margeia a Avenida
Juracy Magalhães Júnior. Próximo a sua foz, existe uma estação de
condicionamento prévio de esgotos domésticos, onde resíduos sólidos e
partículas em suspensão são separadas do efluente final, que é lançado a 2,7
quilômetros da costa pelo emissário submarino do Rio Vermelho, evitando a
contaminação da praia. Apesar da preocupação em não poluir o mar, o que se vê é
o intenso depósito de lixos e materiais não degradáveis nesse Rio,
transformando-o em um esgoto a céu aberto.
A festa da Rainha do mar
Uma das festas mais tradicionais de Salvador,
acontece no bairro do Rio Vermelho, em sua maios amplitude; o dois de fevereiro
que comemora-se o dia da Rainha do Mar, Yemanjá. Odô Iyá!
“Dois de fevereiro
Vai no rio Vermelho
Ela vai sambar
Vai botar presente
Pro orixá de frente
Nas ondas do mar”
Vai no rio Vermelho
Ela vai sambar
Vai botar presente
Pro orixá de frente
Nas ondas do mar”
Orixá de frente – Roberta Sá
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Hoje...
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