quarta-feira, 15 de maio de 2013


Desafios e possibilidades presentes no Centro Histórico de Salvador

O presente estudo até tal ponto faz uma alusão ao marketing turístico do Centro Histórico da cidade de Salvador, e deste marketing é possível notar uma omissão em abordar os desafios – falta de segurança e de limpeza publicas, o assédio aos visitantes, carência de estacionamentos, a mendicância, prostituição, dentre outros – que são encontrados neste cartão-postal, objeto deste estudo. Contudo, se entendermos o Centro Histórico como um produto turístico, fruto da indústria cultural de Salvador, poderíamos caracterizar este marketing como enganoso, sendo esta uma conduta imoral ou anti-ética.

Anexo 1


O turismo cultural considerado, na atualidade, como um dos responsáveis pelo crescimento da atividade turística mundial, tem enfrentado grandes desafios estruturais e de deficiência urbana e turística no Centro Histórico de Salvador, o qual aglutina a maior oferta turística da cidade para o segmento do turismo cultural e que apesar de defrontar com problemas como: mendicância, violência urbana, marginalidade, deficiências na limpeza urbana, acessibilidade, transporte urbano, sinalização turística, dentre outros.

Anexo 2




Basta uma visita à este cartão-postal para que possamos perceber algumas ruas e entorno tomadas por mendigos e usuários de crack, o que faz com que a região seja evitada pelos próprios moradores. Ainda na região do Centro Histórico nota-se a proliferação de gatunos à espera de uma distração para roubar objetos como câmeras, correntes e relógios. Quando a noite cai, todo mundo sabe, começam as aparições das figuras esquálidas de viciados em crack, dispostos a tudo. Contudo nota-se o déficit na segurança pública, apontada pela maioria dos empresários da região como o problema mais relevante, seguido pela limpeza e iluminação pública. Outros graves problemas são a desorganização das vias de circulação, que vão das calçadas semidestruídas até a expansão de algumas unidades empresariais para fora dos limites do seu negócio, ocupando os passeios com objetos, anúncios, etc.; a poluição sonora gerada pelos próprios estabelecimentos, o assédio de vendedores ambulantes, das “baianas”, dos menores pedintes, por todos os lados nas ruas, nas praças, inclusive dentro de bares e restaurantes; a prostituição tornou-se uma pratica comum naquela região; o despreparo da mão-de-obra, destacadamente para atendimento aos visitantes, sobretudo estrangeiros; a ausência de um transporte em massa que articule a área ao restante da cidade; a carência de estacionamentos e do sucateamento dos elevadores e planos inclinado

Anexo 3 

A imagem nos mostra claramente um pedinte assediando turistas em uma praça do Centro Histórico de Salvador. Uma cena comum nesta região.




Anexo 4


A charge acima, postado em um site pelo artista Simanca, nos leva a refletir sobre a falta de conservação dos casarões no Centro Histórico de Salvador.


                                                                         

Esta situação em que se encontra o Centro Histórico atualmente, possui diversas causas, dentre as quais as de natureza política, destacando-se o vazio institucional decorrente da ausência da Prefeitura Municipal Salvador, a qual cabe, constitucionalmente, o planejamento e o controle do uso, do parcelamento e da ocupação do solo urbano.

Diante desse caos cultural, compreendendo a importância do ordenamento e do gerenciamento territorial, não apenas para o incremento da atividade turística, mas também para o desenvolvimento sustentável do Centro Histórico de Salvador, a unidade da Secretaria da Cultura (Secult - BA), através de uma cooperação técnica entre o Governo da Bahia e a UNESCO, implantou o Plano de Reabilitação do Centro Antigo de Salvador (ERCAS). Dentre os investimentos previstos no Plano, alguns já estão em andamento, a exemplo projeto de iluminação das ruas do pelourinho e adjacências, reformas da Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos. Estima-se que o conjunto de estratégias programadas venha a ser implantada até a Copa do Mundo de 2014.

  Anexo 5
             Fonte: http://www.mariapreta.org
                  
Para concluir é importante ressaltar que a sustentabilidade das áreas centrais requer um processo de ordenamento e gerenciamento do território que promova mudanças e possibilite a superação ou, ao menos, a redução de graves problemas, como a pobreza e a marginalidade urbana, e a construção de uma sociedade mais justa, com mais qualidade de vida, em um espaço compartilhado entre residentes e turistas.

Espera-se, entretanto, que a proposta de reabilitação não seja resumida a inversões pontuais, ainda que necessárias e significativas como as que se encontram em curso; inversões que possibilitem uma melhor apresentação da área central da cidade com vistas, sobretudo, aos eventos da copa, mas sim se busque a criação de uma unidade gestora que garanta as articulações com os órgãos das três esferas de governo e com os agentes sociais e econômicos que atuam no Centro Histórico, juntamente com a realização dos investimentos em turismo, cultura, integração social e econômica, habitação, meio ambiente, segurança e patrimônio.

A reversão da situação atual do Centro Histórico de Salvador, deve ser entendida como prioridade em nossa cidade e só será possível com o comprometimento de todos os agentes sociais: as três esferas do governo, a sociedade civil, as instituições acadêmicas e, evidentemente, a população residente na área e na cidade como um todo.




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