Desafios e possibilidades presentes no Centro Histórico de Salvador
O presente estudo até tal ponto faz uma
alusão ao marketing turístico do Centro Histórico da cidade de Salvador, e
deste marketing é possível notar uma omissão em abordar os desafios – falta de
segurança e de limpeza publicas, o assédio aos visitantes, carência de
estacionamentos, a mendicância, prostituição, dentre outros – que são
encontrados neste cartão-postal, objeto deste estudo. Contudo, se entendermos o
Centro Histórico como um produto turístico, fruto da indústria cultural de
Salvador, poderíamos caracterizar este marketing como enganoso, sendo esta uma
conduta imoral ou anti-ética.
Anexo 1
O turismo cultural considerado, na
atualidade, como um dos responsáveis pelo crescimento da atividade turística
mundial, tem enfrentado grandes desafios estruturais e de deficiência urbana e
turística no Centro Histórico de Salvador, o qual aglutina a maior oferta
turística da cidade para o segmento do turismo cultural e que apesar de
defrontar com problemas como: mendicância, violência urbana, marginalidade,
deficiências na limpeza urbana, acessibilidade, transporte urbano, sinalização
turística, dentre outros.
Anexo 4
A charge acima, postado em um site pelo artista Simanca, nos leva a refletir sobre a falta de conservação dos casarões no Centro Histórico de Salvador. |
Esta situação em que se encontra o
Centro Histórico atualmente, possui diversas causas, dentre as quais as de
natureza política, destacando-se o vazio institucional decorrente da ausência
da Prefeitura Municipal Salvador, a qual cabe, constitucionalmente, o
planejamento e o controle do uso, do parcelamento e da ocupação do solo urbano.
Diante desse caos cultural,
compreendendo a importância do ordenamento e do gerenciamento territorial, não
apenas para o incremento da atividade turística, mas também para o
desenvolvimento sustentável do Centro Histórico de Salvador, a unidade da
Secretaria da Cultura (Secult - BA), através de uma cooperação técnica entre o
Governo da Bahia e a UNESCO, implantou o Plano de Reabilitação do Centro
Antigo de Salvador (ERCAS). Dentre os investimentos previstos no Plano,
alguns já estão em andamento, a exemplo projeto de iluminação das ruas do
pelourinho e adjacências, reformas da Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos.
Estima-se que o conjunto de estratégias programadas venha a ser implantada até
a Copa do Mundo de 2014.
Para concluir é importante ressaltar
que a sustentabilidade das áreas centrais requer um processo de ordenamento e
gerenciamento do território que promova mudanças e possibilite a superação ou,
ao menos, a redução de graves problemas, como a pobreza e a marginalidade
urbana, e a construção de uma sociedade mais justa, com mais qualidade de vida,
em um espaço compartilhado entre residentes e turistas.
Espera-se, entretanto, que a proposta
de reabilitação não seja resumida a inversões pontuais, ainda que necessárias e
significativas como as que se encontram em curso; inversões que possibilitem
uma melhor apresentação da área central da cidade com vistas, sobretudo, aos
eventos da copa, mas sim se busque a criação de uma unidade gestora que garanta
as articulações com os órgãos das três esferas de governo e com os agentes
sociais e econômicos que atuam no Centro Histórico, juntamente com a realização
dos investimentos em turismo, cultura, integração social e econômica,
habitação, meio ambiente, segurança e patrimônio.
A reversão da situação atual do Centro
Histórico de Salvador, deve ser entendida como prioridade em nossa cidade e só
será possível com o comprometimento de todos os agentes sociais: as três
esferas do governo, a sociedade civil, as instituições acadêmicas e,
evidentemente, a população residente na área e na cidade como um todo.
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